Internet das coisas ganha mais espaço em 2016



Fonte: Pixabay

Conectar itens do dia a dia à rede mundial de computadores é a grande aposta dos próximos anos para humanizar pessoas e desenvolver países 

A AppDynamics, empresa em inteligência de aplicativos, divulgou suas previsões para 2016 sobre Internet das Coisas, o avanço das máquinas e segurança de dados. Quem expõe as expectativas é Prathap Dendi, gerente geral de tecnologias emergentes da companhia. Confira:

1. Em 2016, seremos mais humanos e mais sociais por causa das máquinas.

Errar é humano – a perfeição requer uma máquina.  Acredito muito que a próxima revolução industrial será baseada em máquinas conectadas.  Essas máquinas, sejam elas os dispositivos vestíveis , carros inteligentes e autônomos ou infraestrutura tecnológica de grande escala, estarão trabalhando juntos para criar uma sociedade mais segura, saudável e social.  Temos, como exemplo, o carro autônomo.  Os carros autônomos garantem a segurança porque também prezam pela segurança de todos os carros a sua volta.  As buzinadas mal educadas logo serão um hábito esquecido de nossos antepassados.  Existe um número crescente de ferramentas para ajudar a automatização de interações humanas e ‘sociais’, como aplicativos para automatizar seus feeds de redes sociais (Facebook Parse SDK para IoT). Também existem ferramentas que fazem as máquinas compartilharem informações de maneira pró-ativa, da mesma maneira que um ser humano – entre os quais os prédios inteligentes com sensores que podem dizer quanta energia ‘eles’ conseguem economizar.  Mas esse tipo de automação não nos deixa menos humano simplesmente por envolver uma máquina. Na realidade, essa automação nos conecta com uma parcela muito maior da humanidade.  As máquinas conseguem colher quantidades imensas de dados que, depois de devidamente analisados e traduzidos, oferecem informações inéditas sobre as motivações do ser humano e como podemos ser melhores.

2) O hardware está “comendo” o software: todos os processos de negócios serão ligados a um ou mais dispositivos de IoT até o final do ano que vem. 

De acordo com o Gartner, a IoT já representa 5 bilhões de dispositivos e deve atingir 25 bilhões até 2020.  Além de criar problemas de escala, essa situação também aumenta a demanda sobre a infraestrutura e os aplicativos.  Hoje, praticamente qualquer processo de negócio que depende ou está ligado a algum software, ou seja, a grande maioria, terá alguma ligação com IoT – sensores inteligentes, atuadores, equipamentos com tecnologia NFC e muito mais. Por exemplo, empresas de seguros passarão a depender mais de software para realizar diagnósticos, os veículos serão cada vez mais autônomos, alertando o motorista da necessidade de realizar uma revisão em função das condições do veículo, e as fábricas terão a oportunidade de otimizar suas operações com sensores ligados a seus equipamentos.  E existem muitos outros exemplos.

3) A adoção de IoT será mais rápida entre países em desenvolvimento.

Os países industrializados já possuem uma infraestrutura física consolidada (estradas, concessionárias de serviços públicos e transporte) e será um grande desafio migrar para uma tecnologia totalmente nova.  Por esse motivo, acredito que os países em desenvolvimento que ainda estão criando infraestrutura – como o Brasil, China e Índia – devem avançar muito mais em termos de IoT que os países mais avançados. Para uma país em desenvolvimento, é muito mais fácil instalar novos sensores e conectar dispositivos onde prédios comerciais não existem. A China e outros países em desenvolvimento terão mais oportunidades de implementar processos de IoT por que estão começando do zero, em vez de serem obrigados a trabalhar com ou modificar infraestruturas existentes.  Em resumo, a IoT será um promotor de crescimento econômico – enquanto é apenas considerada algo ‘legal’ em países mais tecnologicamente avançados, como os EUA.

4) Privacidade de Dados: 2016 será o divisor de águas para o ‘dilema moral de programação’.

Em 2015, alguns dos maiores ataques virtuais de todos os tempos aconteceram em todos os segmentos. Eu acredito que 2015 foi apenas o ‘trailer’ para 2016.  Não sou um grande fã dos grupos que dizem que ‘o mundo está acabando’, mas o imenso volume de dados coletados pela IoT me faz perguntar se realmente entendemos as implicações da privacidade de dados.  Todos os dias, novos dispositivos se conectam com a Internet e reduzem as diferenças entre o software e hardware.  A fabricação de hardware para IoT ainda está crescendo rapidamente; milhões de programadores de software precisam garantir que seus processos de desenvolvimento estão focados em segurança e, ao mesmo tempo, em responder as necessidades de seus usuários. Os dispositivos industriais e residenciais de IoT não podem parar, e isso quer dizer que precisamos acelerar o desenvolvimento de software para garantir o sucesso e a inovação em relação à IoT. Mas o cenário representa o que eu chamo de um crescente ‘dilema moral de programação’, e em 2016 estaremos diante de um divisor de águas. Estamos chegando perto de um momento importante, quando os governos e as empresas – e, consequentemente, os desenvolvedores – serão obrigados a agir. Os médicos têm seu juramento hipocrático de não prejudicarem seus pacientes, então por que os desenvolvedores não teriam a responsabilidade de escrever programas que não prejudiquem seus usuários? É um problema de desenvolvimento, e será importante trabalharmos juntos para criar os padrões e o código moral necessários para as crescentes preocupações em relação à segurança de nossas informações.

Tags: 2016, marquinas, carros inteligentes, autonomo, sociais, dispositivos inteligentes

Via revistaw.com.br

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